15 de agosto de 2009

O poliamor

Retomo a leitura de “A Cama na Varanda” de Regina Navarro Lins(1997), em nova edição e acrescida de mais um capítulo. O livro é fruto de pesquisa, portanto científico, nada subjetivo, apenas análise e informação. A autora é sexóloga e psicoterapeuta e se vale de estudos feitos por renomados estudiosos para fundamentar sua análise.

O livro vende como pão-quente. Pudera, o assunto interessa a todos desde homens e mulheres, até homossexuais de ambos os sexos. Aborda as tendências de como será em futuro bem próximo, as relações interpessoais no “Admirável Mundo Novo” que faz tempo, bate à nossa porta. Do homem das cavernas até o amor virtual muita água rolou e chegamos, segundo Regina, ao poliamor. É isto mesmo, poligamia ao invés de monogamia e este tipo de vivência amorosa promete.

Concebido pela geração “ficante”, no poliamor todo mundo é de todo mundo ou, se preferir, ninguém é de ninguém. Um novo império romano, a volta aos costumes tribais onde amor e sexo serão completamente desvinculados, a pluralidade de parceiros muito normal, o sexo pelo sexo, tudo sem precisar nunca mais rimar amor e dor. Não duvido nem morta. Do jeito que a coisa vai, ou melhor dito , vem vindo, o futuro será um bacanal só. A velha e boa dor-de-cotovelo tem seus dias contados.

Falência total do amor romântico, que inspirou tantos poetas , atormentou tantas almas apaixonadas e desvirtuou tantas vidas, está com prazo de validade vencido. A opção é desistir de sofrer e bandear-se para o poliamor, mais precisamente para o sofazão ou para a “web can”, revela a obra de Regina.

Solidão? Nem pensar. O poliamor supõe uma gama de variados parceiros, um para cada ocasião. Um bom de papo, outro bom de cama, alguém para viajar, passear, ir à praia, muito lazer e nenhum compromisso. Todos amigos que no dia seguinte seguem para suas vidas , felizes e satisfeitos, sem a carga do ciúme, da saudade e o consequente temor do velho “chifre” . Cada um pagando suas contas sozinho, gerindo seu dia- a- dia na mais perfeita paz emocional e com sua sexualidade resolvida.

Será que dá? A pergunta é minha e nela não há qualquer ansiedade por resposta, nem que sim, nem que não. Eu também duvidava, não faz tanto tempo , que um dia teria um computador como companhia nas noites frias de inverno ( por opção pessoal, devo dizer) que dormiria sem soníferos , que teria um número de telefone só meu e o controle remoto da televisão e da minha vida estariam nas minhas mãos.
E não é que estão?

2 comentários:

Vera Rolim disse...

Na minha opinião, o Poliamor é da geração atual. Eles sim, já lidam com a questão com naturalidade.
Quem nasceu da metade do século passado para atrás, não consegue digerir tal novidade.
Cabe a nós assistirmos de camarote e ver no que vai dar...rs
Bjs Vera

Anônimo disse...

somos um casal poli amoroso
liberdadepoli@gmail.com