12 de novembro de 2009

SÓ NOS RESTA CANTAR

“No Brasil, de uns anos para cá, o que diz respeito à educação, à moral e à ética, entre outros valores necessários ao bom andamento da convivência social foram por água-abaixo.
Isto acontece em todos os segmentos da sociedade dita organizada. Encabeçando a lista de horrores está o “entretenimento”. As emissoras de rádio e televisão, que entram sem nenhum controle em todos os lares brasileiros passam informação barata e altamente descartável sem o menor nível intelectual , pelo contrário, incentivam, não apenas o popularesco, mas também e sobretudo, privilegiam os comportamentos cada vez mais perniciosos para a população em geral, carente de valores. Exemplo disto são as rádios, antes ouvidas com gosto por todos (eram tantas e de tão boa qualidade que ficava difícil escolher qual ouvir) hoje não possuem a mesma categoria, nem musical nem publicitária. O velho e gostoso rádio virou enfeite na estante da sala. Cadê aquelas músicas altamente selecionadas, aqueles locutores por quem a gente se apaixonava só de ouvir a voz, nossos galãs românticos?
Tudo isso trocado por custo barato, por audiência fácil. Não quero parecer elitista, mas é preciso que os gerenciadores da mídia radiofônica repensem essa questão e dê um “up” neste velho e maravilhoso meio de comunicação.
Que tal ressuscitar nossos galãs? Público de bom-gosto ainda tem, música também ou será que esta faixa de pessoas não merece consideração?
A grande maioria sustenta-se na má qualidade, nas notícias sangrentas, nos papos sem-graça, em músicas de conteúdo erótico-pornográfico, trazendo em seu bojo apologia às drogas, às traições conjugais, colocando as mulheres de forma degradante, como se não tivessem nascido de uma. Elogios aos bandidos que são descaradamente transformados em “mocinhos”, ricos, lindos e audazes.
Infelizmente temos que conviver com estes absurdos todos os dias. E a sociedade despencando, as crianças crescendo sem motivação emocional positiva, os jovens achando que matar é a coisa mais normal do mundo, roubar nem se fala, que sexo aos doze anos é normal, que sacanagem é tudo.
Total menosprezo. Pobres jovens usados como bucha de canhão na guerra pela audiência de emissoras de rádio e televisão, pelas gravadoras inescrupulosas entre outras mau-caratices do gênero. Música é algo mágico , que fala das belezas e da existência humana de maneira digna e não um amontoado de palavras que instigam violência , crimes ou festas regadas a bebida e drogas. Festa e namoro são coisas saudáveis . O que não se pode concordar é que seja veiculado na mídia o sexo banal, explícito, o comportamento promíscuo que todo mundo sabe que leva a degradação moral de um povo.
Modernidade sim, mas limites são necessários. Temos que admitir; o Brasil está na contramão e caminha na estrada errada na parte musical também.
Mas o que mais vende e mais toca nas rádios de hoje é lixo puro e o pior é que a maioria aplaude. Fazer o quê? Um país se faz com homens e livros dizia Monteiro Lobato.
Mas será que esta gente de poucos escrúpulos e nenhuma cultura sabe quem foi esse cara aí?

Este texto foi postado por mim há bastante tempo.
Retorno a fazer a postagem por uma questão de honestidade ideológica. Na verdade o texto não é meu, mas do meu filho "Cassio Fernando"....eu não atribuí a ele o crédito, mas faço agora...desculpe, CASSIO...


(Cassio Fernando Scheer)

10 de novembro de 2009

TUA MÃO

Já precisei da tua mão quando tinha medo, quando tinha sede de ti.
Precisei da tua mão para dormir tranqüila, para caminhar sem tropeçar nas pedras.
Entre minha mão e a tua havia o calor, o suor, o amor.
Agora caminho sozinha, durmo sem medo, tropeço em mim mesma e me seguro no meu próprio abraço.
Ficaste com meus medos.
Que eles te façam companhia nas noites de silêncio e solidão.
Eu não sou uma pessoa triste, por isso vivo como se nada eu tivesse perdido.
Apenas ganhei a certeza de mim mesma.

(Maria Alice Guimarães)

9 de novembro de 2009

VIVENDO NO FUTURO

Sinto-me vivendo no futuro. Olho para trás e vejo que a maior parte das minhas metas foram cumpridas: já tive um filho, plantei uma árvore e escrevi um livro. Nem tudo foi planejado. Algumas coisas nem sequer foram sonhadas e muitos sonhos se perderam não sei onde.Hoje ando com cuidado, procurando os caminhos mais seguros. Já não arrisco muito, mas arrisco sempre. Vou devagar, sem apostar demais nos resultados. Não me dou mais o luxo de errar, mas é inevitável errar de vez em quando.. É o meu momento de vida e me aconselho sempre a tomar muito cuidado. Sei que estou no lugar onde Deus precisa que eu esteja cumprindo minha trajetória. Já vivi o bastante para saber das nefastas consequências que podem advir de um ato falho. Os que eu cometi já me parecem pesados demais, por isso procuro evitá-los. Acredito que possuo o quinhão de amor que mereço ter, nem mais nem menos. Tenho uma família e amigos a quem amparo com meu afeto. Recebo tudo de volta, multiplicado. Isso não é uma sensação de fim de caminho, mas a consciência de estar vivendo o sagrado momento em que a vida nos oferece a serenidade como companheira. Pouco tenho a pedir a Deus, somente que Ele me segure com dignidade e autonomia. Convivo pacificamente com a mulher que me tornei e gosto dela. Posso dizer que sou feliz e satisfeita com o que a vida me deu, principalmente meu filho e meus netos. Precisei de muita luta, vivi situações difíceis, mas hoje entendo que tudo foi necessário. Engana-se quem pensa que consegue construir-se e ser feliz sem dor e sofrimento. A felicidade vem como prêmio que a vida nos dá em doses diferenciadas, primeiro com a euforia da juventude, depois com a sabedoria da maturidade. Não cai do céu, não. Planos para o futuro? Confesso que não os tenho, mas como me sinto no futuro é só viver um dia de cada vez.
Simples assim.

(Maria Alice Guimarães)